Posso dizer que hoje em dia ficou muito comum a palavra “humanizada”, mas eu prefiro dizer “respeitosa” pois acredito que humanizado é todo um contexto desde o atendimento ao pré natal e que o respeito, muitas das vezes, é deixado para trás.
Por exemplo: o profissional pode te dizer com todas as letras e de uma forma muito fofa e acolhedora/humanizada que ele adora parto normal! Mas no fim, ele gosta mesmo é de cesárea com as falsas indicações. E nisso ele foi desrespeitoso.
Em um dos partos que participei, internamos para indução por motivo de Oligodrâmnio (pouco líquido). Nada urgente, mas o bebê precisava nascer. Foram usados 6 comprimidos e nenhuma resposta do colo do útero. Continuou com 0 de dilatação.
Essa situação não é comum, mas é esperada por ser uma indução! Não sei explicar o porquê do corpo não responder ao estimulo para o trabalho de parto – talvez o bebê não estava comunicativo e queria muito continuar no quentinho da mãe! Então, foi indicado a cesárea. Com conversa e esclarecimentos do procedimento.
A paciente conheceu TODOS os profissionais envolvidos antes de ir para o bloco cirúrgico. Foi leve! Foi consciente. Foi preparada. Luzes apagadas. Música que o casal escolheu. Não tinha muito barulho. Campo foi abaixando e o bebê apresentado para a mãe imediatamente. Colocado no colo em seguida, mas não pôde ficar porque estava com um esforço para respirar. Então, teve que ficar em observação.
Mas ainda sim, fiz o primeiro estímulo para a amamentação! Ordenhei o leite da mãe, ainda durante a cirurgia, evitando que ela tenha hemorragia, estimulando a produção de leite e já levando o leite que tirei do peito dela direto para a boca do bebê!
A cesárea é uma cirurgia e tem seus riscos, mas não precisa ser grosseira e pode ser bem emocionante também!